Biscoito da Sorte
Aceita um biscoito da sorte? É só clicar e descobrir a surpresa que tem dentro dele pra você!


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Somente a última gaveta da dispensa ainda não fora averiguada. Nela, nada mais havia do que um saco de papéis. Padre Artelírio, então, iniciou a sua derradeira empreitada da exploração. Qual não foi a sua surpresa com o achado... Sui generis dobrado entre várias folhas sulfite, ímpar manuscrito no meio de numerosos datilografados, lá estava o bilhete que dera origem ao desfecho de sua vida!
A dona daquela caligrafia era uma moça que o padre nunca vira. Há exatos cinquenta e oito anos, recebera a folha de caderno. Tão precisas eram as palavras que a ele dúvidas não restaram. Óbvio era-lhe tratar-se de uma ordem divina que o direcionava ao caminho do seminário. "Coincidências não existem" - pensava ele - "muito menos quando a precisão milimétrica é característica em cada fragmento".
Entretanto os seus dias celibatários findavam e o homem santo necessitava lançar mão de uma retrospectiva, escrever a sua biografia, para que tudo fizesse sentido, como desejam todos os mortais dotados de consciência. E a pesquisa sempre é pré-requisito de quaisquer romances, muito mais quando o objeto relatado é uma vivência com tamanha devoção, fruto de conclusões espiritualistas cabais que culminaram na mais cristalina certeza da existência de Deus e de que a razão da sua estadia neste mundo era fazer a vontade deste Criador.Clicando aqui, você lê o conto completo
A dona daquela caligrafia era uma moça que o padre nunca vira. Há exatos cinquenta e oito anos, recebera a folha de caderno. Tão precisas eram as palavras que a ele dúvidas não restaram. Óbvio era-lhe tratar-se de uma ordem divina que o direcionava ao caminho do seminário. "Coincidências não existem" - pensava ele - "muito menos quando a precisão milimétrica é característica em cada fragmento".
Entretanto os seus dias celibatários findavam e o homem santo necessitava lançar mão de uma retrospectiva, escrever a sua biografia, para que tudo fizesse sentido, como desejam todos os mortais dotados de consciência. E a pesquisa sempre é pré-requisito de quaisquer romances, muito mais quando o objeto relatado é uma vivência com tamanha devoção, fruto de conclusões espiritualistas cabais que culminaram na mais cristalina certeza da existência de Deus e de que a razão da sua estadia neste mundo era fazer a vontade deste Criador.Clicando aqui, você lê o conto completo


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– Vó, por que o coelhinho me deu esse ovinho de chocolate?
– Porque é páscoa.
– O que é páscoa?
– Quem é esse barbudinho aqui da foto? A vovó já não falou que o nome dele é Jesus? Então, a páscoa é uma festa pra mostrar que a gente gosta de Jesus.
– Quem não come chocolate não gosta de Jesus?
– Cadê o seu brinquedo? Vai brincar, Vinicius.
– Coelhinho bota ovo de chocolate?
– Porque é páscoa.
– O que é páscoa?
– Quem é esse barbudinho aqui da foto? A vovó já não falou que o nome dele é Jesus? Então, a páscoa é uma festa pra mostrar que a gente gosta de Jesus.
– Quem não come chocolate não gosta de Jesus?
– Cadê o seu brinquedo? Vai brincar, Vinicius.
– Coelhinho bota ovo de chocolate?
(Trecho da crônica para rádio "Vinicius não quer ovo de páscoa")
Clicando aqui, você ouve a crônica

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Não aprendi nada, mas o meu grupo montou um kart. Achei que, ao menos, na minha vez de pilotar, eu me divertiria, entretanto eu – que sou vítima de xingamentos machistas sempre que dirijo carros com vidros fumês – não honrei as minhas calças e mostrei pros meus companheiros um defeito no nosso kart, precisamente na pecinha que fica entre o volante e o assento... derrapei numa poça de água e o choque com o outro automotor foi forte...
Saí tonto do veículo. Uma excelente oportunidade pra não constatar conscientemente o vexame no qual me metera. Meio que chapado, observei a fusão entre os dois carros avariados... ou seria, nessa altura, um apenas?
De certo modo, o que possuímos em nossas vidas é exatamente isso: o que edificamos e o que acontece além do nosso controle. A mescla destes dois elementos dá-nos o que temos no presente instante. E a chuva? A chuva são as condições adversas: o ladrão que levou o meu celular no dia em que eu receberia a resposta da entrevista de emprego ou o galho de árvore que caiu justo na hora em que eu passei.
É... Esta analogia platônica, eventualmente, teria ajudado, se a aula fosse de filosofia, mas, pelo olhar dos meus colegas de equipe, acho que eles não estavam muito interessados na minha fantasia quimérica...Clicando aqui, você ouve a crônica
Saí tonto do veículo. Uma excelente oportunidade pra não constatar conscientemente o vexame no qual me metera. Meio que chapado, observei a fusão entre os dois carros avariados... ou seria, nessa altura, um apenas?
De certo modo, o que possuímos em nossas vidas é exatamente isso: o que edificamos e o que acontece além do nosso controle. A mescla destes dois elementos dá-nos o que temos no presente instante. E a chuva? A chuva são as condições adversas: o ladrão que levou o meu celular no dia em que eu receberia a resposta da entrevista de emprego ou o galho de árvore que caiu justo na hora em que eu passei.
É... Esta analogia platônica, eventualmente, teria ajudado, se a aula fosse de filosofia, mas, pelo olhar dos meus colegas de equipe, acho que eles não estavam muito interessados na minha fantasia quimérica...Clicando aqui, você ouve a crônica


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Mas alguma coisa vai chegar
São tantas frutas no pomar
Papilas gustativas
Possuem tantas alternativas.
Vou degustar você
Eu vou te surpreender
O mito é de Platão
Cavernas são do coração.Clicando aqui, você assiste ao filme
São tantas frutas no pomar
Papilas gustativas
Possuem tantas alternativas.
Vou degustar você
Eu vou te surpreender
O mito é de Platão
Cavernas são do coração.Clicando aqui, você assiste ao filme


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Quando a dona Hermengarda saía, às seis horas da matina, pra abrir a sua quitanda cheia de ratos, eu pulava o muro daquela velha casa e ia ao encontro da feiosa Bartira.
Todos os dias, eu a encontrava chorando, lamentando-se por ser a menina mais feia do bairro. Dava um trabalhão consolar a Bartira. Isto me custava, no mínimo, uns trinta minutos de preliminares até a Bartira ceder.
– Não chora, Bartira, você é linda por dentro. Tão maravilhosa quanto o seu nome. Se os homens não veem a sua beleza, o problema está neles e não em você.
Era uma lábia bem fraquinha, mas, com a Bartira funcionava. Ela parava de chorar e eu mandava brasa. Fazer o quê? Era o que tinha pro rango. Melhor do que ficar no cinco contra um... Come-se por amor à pátria. Taca-se uma bandeira do Brasil na cara e… ueba!Clicando aqui, você ouve a crônica
Todos os dias, eu a encontrava chorando, lamentando-se por ser a menina mais feia do bairro. Dava um trabalhão consolar a Bartira. Isto me custava, no mínimo, uns trinta minutos de preliminares até a Bartira ceder.
– Não chora, Bartira, você é linda por dentro. Tão maravilhosa quanto o seu nome. Se os homens não veem a sua beleza, o problema está neles e não em você.
Era uma lábia bem fraquinha, mas, com a Bartira funcionava. Ela parava de chorar e eu mandava brasa. Fazer o quê? Era o que tinha pro rango. Melhor do que ficar no cinco contra um... Come-se por amor à pátria. Taca-se uma bandeira do Brasil na cara e… ueba!Clicando aqui, você ouve a crônica


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– Que livro é esse aí na sua mão?
– O Segredo.
– Ah, esse aí que é aquele livro que promete sucesso e dinheiro para pessoas fracassadas?
– Cada um olha as coisas pelo ângulo pelo qual lhe é mais familiar…
– Você conhece alguém que ficou rico lendo esse negócio aí?
– De certo modo, sim.
– Ah, então ele guardou muito bem esse segredo, não é?
Meu Deus, esse homem deve sofrer, parcialmente, de paralisia facial. Ele só sorri com um dos cantos da boca… – pensei.
– Senhor taxista, pode dar-me um cartão seu? Quero sempre usufruir dos préstimos de um profissional bem sucedido.Clicando aqui, você assiste ao vídeo com animação gráfica
– O Segredo.
– Ah, esse aí que é aquele livro que promete sucesso e dinheiro para pessoas fracassadas?
– Cada um olha as coisas pelo ângulo pelo qual lhe é mais familiar…
– Você conhece alguém que ficou rico lendo esse negócio aí?
– De certo modo, sim.
– Ah, então ele guardou muito bem esse segredo, não é?
Meu Deus, esse homem deve sofrer, parcialmente, de paralisia facial. Ele só sorri com um dos cantos da boca… – pensei.
– Senhor taxista, pode dar-me um cartão seu? Quero sempre usufruir dos préstimos de um profissional bem sucedido.Clicando aqui, você assiste ao vídeo com animação gráfica
