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Biscoito da Sorte
Aceita um biscoito da sorte? É só clicar e descobrir a surpresa que tem dentro dele pra você!
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Quando se é criança numa suposta casa normal, as coisas são apresentadas para nós de uma forma, no mínimo, relativamente simpática. Embora a família não seja o supremo modelo a ser seguido em termos de estruturação, tudo parece ser bonito.

Mesmo que o pai, hipoteticamente, não seja muito sóbrio e que os cuidados para que o filho não assista às cenas desarmônicas experimentadas pelos cônjuges não sejam prudentemente resguardados, o brilho dos olhos e a candura do coração de um anjinho conseguem ter mais força do que os deselegantes aviltamentos a que a matriarca aceite submeter-se.

E se, por ventura, as agressões não forem apenas verbais e as paredes do dormitório infantil combinadas com o pressionamento do macaquinho de pelúcia nos ouvidos não proporcionarem as circunstâncias sinergéticas adequadas para poupar os tímpanos do novato deste mundo de receberem informações sonoras indicadoras de que a estória da princesa – que vira no programa vespertino da emissora da rede pública de televisão – não é rigorosamente idêntica aos episódios de investidas físicas insuficientemente afáveis do genitor em relação à genitora, ainda havia o colinho da vovó aos domingos com direito a chá e torradinha.
Trecho do conto "O mundo quase perfeito"
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Precisei tirar fotocópia da minha carteira de motorista, outro dia, pra recorrer de uma multa de trânsito. Fui à papelaria, perto de casa, e enfrentei uma pequena fila básica. Na minha frente, um sujeito com cerca de cinco anos a menos que eu puxou conversa comigo.

Era um indiano que mal falava o português direito. Não costumo dar atenção a pessoas com papo furado, todavia, vi que o estrangeiro tinha conteúdo. Como acho curiosa a história das religiões orientais e a cultura diferente do sistema de castas, comecei perguntando sobre o hinduísmo. Ele respondia solicitamente com longos discursos e um sorriso irradiante no rosto.

Logo, descobri que ele tinha a mesma formação acadêmica que eu. Cursou economia em Londres. O tópico foi de teologia à política monetária, porém, sem demora, pairou sobre um tema universal, como sempre.Clicando aqui, você assiste ao vídeo com animação gráfica
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Deixa eu ver que livro eu trouxe… Hum… nada mal: Nelson Rodrigues, “Elas gostam de apanhar”.

Saí, às pressas, de casa e nem havia notado qual obra eu havia lançado para dentro da minha mochila surrada.

Um livro de contos é o ideal para matar os torturantes minutos numa sala de espera de oftalmologista.

Tirando a velha senhora, com o seu netinho, que me olhara com fisionomia de escória de esgoto em estado putrefato e mudara de lugar, pondo-se mais cinco assentos de distância desse que vos escreve, não existia mais nada rançoso no recinto. O clima estava leve.

Um livro e ar para respirar era tudo o que eu precisava. Após algumas linhas discorridas e o fim do doce silêncio, minha atenção teve que começar a ser dividida entre as célebres páginas publicadas em 1974 e a atual conversa entre uma sábia criança de uns cinco anos e sua zelosa vovó, exatos quarenta anos depois.Clicando aqui, você lê o texto completo
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– Quantas parceiras sexuais nos últimos doze meses?

– Poucas. Sou um cabação que quase não come ninguém. Mas juro que eu me esforço.

– Você tem certeza que não ingeriu bebida alcoólica?

– Estou quase tendo que espernear e bater o pé para convencer você que não.

– Se você fizer isso, eu vou dar muita risada e vou gostar muito. Vai ficar lindo. Você com essa cara toda séria batendo o pezinho. Mas infelizmente, nesse caso, não poderá doar sangue, pois, infelizmente, existe a portaria 153/2004, da ANVISA, que proíbe gays de doarem sangue. Ahahahahaha… mas eu sei que você não é, não precisa olhar pra mim bravo desse jeito. Você fica engraçado bravo. Ahahahaha… Grávidas também não podem doar sangue. Você está grávido?Clicando aqui, você ouve a crônica para rádio
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É fácil compreender que o desperdício acarrete em racionamentos em determinadas regiões. Desperdiça-se hoje e arca-se com a consequência nas semanas seguintes. Mas esta água desperdiçada será aquecida pelos impetuosos raios solares, ocorrendo, assim, o fenômeno da passagem do estado líquido pro estado gasoso. Nuvens negras inundarão o céu e choverá, devolvendo a mesma água.

O ralinho do meu banheiro ainda não escoa o sagrado líquido pra outra dimensão nem pro Gigante Atlas, pros quatro elefantes e pra forte tartaruga que, juntos, sustentam o medieval mundo achatado.

Esclareça-se aos tendenciosos à confusão genérica que poluição dos rios não tem nada a ver com os chuveiros que ficam abertos além do necessário.

Putz, cara, é sério? E quem tem didática suficiente pra explicar isso pra dona Bernardina?

Ela acreditou! E está falando pro seu marido e pros quatro filhos que não é necessário dar descarga toda vez que se faz xixi.Clicando aqui, você lê o texto completo
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O ambiente não era dos mais felizes. Meu amigo sacou a câmera fotográfica – daquelas cujo filme precisava ser levado a uma ótica para ser revelado – e desejou retratar os velhinhos.

Uma senhora foi logo dizendo que não queria aparecer na foto porque não prestava mais para nada.

A ressalva ficou por conta de outra velhinha que não parava de rir. Ela achou um barato o brinco na orelha do meu amigo.

E todos nós rachamos o bico quando ela o questionou sobre suas preferências íntimas:

– Você é bicha, garoto?Clicando aqui, você lê o texto completo